Era uma vez um garoto chamado João, que vivia em uma pequena cidade no interior. João era um sonhador, alguém que encontrava conforto em mundos distantes e aventuras imaginárias. Ele tinha um sonho simples, mas que parecia impossível: comprar o jogo *Terraria*. Ele via vídeos, lia guias e sonhava com as possibilidades infinitas que o jogo oferecia. Mas havia um problema: ele precisava de 15 reais para realizar esse sonho.

João não vinha de uma família rica. Seu pai havia partido há alguns anos, e sua mãe trabalhava duro como costureira para sustentar os dois. O dinheiro era escasso, e cada centavo era cuidadosamente gasto em necessidades básicas. João sabia disso e nunca pedia nada além do essencial. Mas, no fundo do seu coração, ele desejava tanto aquele jogo que mal conseguia dormir pensando nele.

Um dia, após semanas de hesitação, João decidiu que faria algo a respeito. Ele não queria sobrecarregar sua mãe, então resolveu juntar o dinheiro sozinho. Começou a fazer pequenos serviços para os vizinhos: cortava grama, ajudava a carregar compras, vendia limonada na frente de casa. Cada moeda que ele ganhava era guardada em um cofrinho velho que ele havia encontrado no sótão.

Os dias passaram, e João se esforçava ao máximo. Ele acordava cedo, ia para a escola e, ao voltar, trabalhava até o sol se pôr. Aos poucos, o cofrinho foi ficando mais pesado. Ele contava as moedas todas as noites, imaginando o dia em que finalmente poderia comprar o jogo. Mas, quando faltavam apenas 5 reais para completar os 15, algo inesperado aconteceu.

Sua mãe chegou em casa um dia com o rosto cansado e os olhos cheios de preocupação. Ela explicou que a máquina de costura havia quebrado, e ela precisava de dinheiro para consertá-la. João olhou para o cofrinho, sentindo um nó se formar na garganta. Ele sabia o que precisava fazer.

Sem hesitar, ele entregou o dinheiro que havia juntado para sua mãe. Ela tentou recusar, mas João insistiu. "É mais importante, mãe. Eu consigo juntar de novo", ele disse, tentando disfarçar a tristeza em sua voz.

Naquela noite, João deitou na cama e olhou para o teto, imaginando as aventuras que poderia ter vivido no *Terraria*. Ele sentiu uma lágrima escorrer pelo rosto, mas logo a enxugou. Ele sabia que havia feito a coisa certa.

O tempo passou, e João nunca mais conseguiu juntar os 15 reais. A vida continuou difícil, e o jogo permaneceu um sonho distante. Mas, mesmo assim, ele nunca se arrependeu de ter ajudado sua mãe. Afinal, ele havia aprendido que, às vezes, os maiores sacrifícios são feitos por amor.

E, enquanto o cofrinho vazio continuava em cima da estante, João sonhava com um dia em que, talvez, ele pudesse explorar o mundo de *Terraria*. Até lá, ele seguiria sonhando, porque, no fundo, ele sabia que os sonhos são o que nos mantêm vivos, mesmo nos momentos mais difíceis.