Sou mãe do Cris, ele tem 9 anos.
Ele não curte muito pousar para fotografia só quando é ele quem tira.
E esse é um registro que ele fez sobre a Ana Cláudia, a Nega.
Gruda o olho nessa menina!
Ela é o nosso foco.
E é esse sorriso que vai virar protagonista.
Uma história que começou quando nos mudamos para o Jardim dos Álamos em Setembro do ano passado.
Aqui é extremo sul da cidade de São Paulo.
No sobrado que alugamos tem três casas, são três famílias e a nossa casa fica no meio.
E foi em meio a nossa mudança, no sobe e desce das escadas que vi a Nega pela primeira vez.
Espichando seu olhar de curiosa na varanda que fica em frente a nossa varanda.
Ficamos todos contentes pois na casa nova batia sol, batia vento e entrava folhas de eucalipto pela janela.
Ganhamos uma vista incrível nos fundos, uma janela que dá para os pinheiros de pinhão e ipês floridos.
Era Primavera e eles estavam volumosos e coloridos. Até sagui é fã e faz visita.
Mas o meu Cris por um motivo especial, prefere a varanda de frente para a viela do beco sem saída.
Pois dá vista para o movimento da rua e para a varanda azul da casa vizinha.
Varanda para uma criança, lá estava ela, a Nega.
"- Oi...Como você se chama?
- Me chamo Ana, mas pode me chamar de Nega. E você?
- Cristian. Você quer brincar?
- Aham. Mas não posso ir para rua.
- Pode ser eu daqui e você daí?
- Pode sim."
Daquele dia em diante lá estavam os dois.
Ops! Os três: Cris, Ana e a Neguinha (cadela da Nega) grudados no telefone sem fio o dia todo.
Eles conversam sobre a escola pois não é que deram a sorte grande de cair na mesma sala?
E sem falar que estavam juntos na ida e na volta da escola..
No trajeto Clemilda (mãe da Nega) e eu fazíamos pausa para os dois catarem moranguinhos silvestres no canto da estrada, os dois enchiam as conchas das mãos e o rostinhos de riso.
Até que um dia Nega começou a faltar na escola e já não dava o ar da sua graça na varanda.
E então veio o caminhão de mudança e a notícia que a Nega iria se mudar para longe.
A família iria construir uma casa em um terreno que foi batalhado durante anos e então, não pagariam mais aluguel.
Cris se conformou, pois toda criança merece morar em um lugar com espaço para correr.
Cris me fez prometer que iríamos visita-la e eu jurei de dedinho mindinho que sim.
Tentamos marcar a visita algumas vezes,
mas recebemos a notícia que a Nega estava no hospital.
A Nega estava batendo ponto no hospital.
Um dia na volta das escola encontramos a Clemilda chorando.E veio o baque na fala trêmula dela:
"Nega está com Leucemia."
Abracei a Clemilda sem desgrudar da mão do Cris.A mão dele e olhos estavam com suadeira.
Passei o passo sem saber mais andar.
Com a fala engasgada e não sabendo olhar para o Cris com a cara cheia de dúvidas:
-"Câncer! É um tipo de câncer, mãe?"
- É sim, meu filho.
- A Nega precisa de muito muito Amor. Ela vai ficar bem.
.
Passado algum tempo descobrimos que a Nega está reagindo bem que continua muito comilona, que sente muita falta da cachorra Neguinha. Mas que está aproveitando o tempo do tratamento no hospital para estudar para sua futura carreira promissora de veterinária.
Tirando pelo lado carroço no angu que o pai e a mãe da Nega estão desempregados e a obra da casa deles, estacionou na paradeza.
Encostaram o projeto da moradia e vivem juntos em prol do tratamento da Nega.
Mas a realidade dura não dá trégua.
Eles moram em um barraco de madeira lá no terreno.
Vire e mexe dá um vento lascado, entra friagem e não é bom para recuperação da Nega que terá mais dois anos de tratamento pela frente.
Cris sabendo de tudo isso ficou cismado de querer ajudar e não saber como.
Uma inquietude de menino e vontade de ser pedreiro.
De construir uma casa e entregar as chaves para Nega.
Eu acredito que o Amor pode erguer bloco, cimento e até andaimes.
Me encafifei de criar vaquinha.
Já vi tanta gente elaborando, será que eu consigo?
Pluft! Criei!
Loucura?
Se você que leu, olha e vê que tem amor, vem junto!
O propósito de juntar essa bofunfa é somente:
Ajudar a construir um lar para a Nega.
Conto com a ajuda de vocês amigos, prestimosos!
Doe, compartilhe essa história.
E fique com a certeza que estará fazendo um bem para uma família linda.
Link da Vakinha:
https://www.vakinha.com.br/vaquinha/vamos-ajudar-a-nega
Beijão da Mone.