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Vai Gabi

ID: 342181
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Criada em: 12/08/2018
Vai Gabi
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O porque essa viagem é um sonho, e preciso da sua ajuda....

Desde de criança  transito por lugares de  contrastes extremos, das áreas mais pobres, as mais ricas da cidade do Rio de Janeiro. Sou nascida e criada entre as favelas do Chapéu Mangueira e Babilônia, onde moro há 30 anos,  no bairro do Leme, zona sul do Rio de Janeiro.

Ainda na infância comecei a estudar no  Colégio Pedro II do Humaitá, instituição pública de ensino que se destaca pela qualidade. Nesse momento passei a frequentar lugares opostos, favelas da  zona oeste, e casas de colegas de escola no humaitá, botafogo,leblon, com pessoas de fonte de renda maior e menor que a minha. A partir daí, de maneira inconsciente, comecei a absorver novos códigos, que não se limitavam apenas a regras de convivência e educação, mas também a códigos relacionados a maneira de vestir.  Entendi que na visão da minha vizinha, um jeans apertado e curto tinha um sentido de valorizar a beleza, mas para a mãe da minha coleguinha de escola o mesmo jeans deixava essa mulher vulgar.

Desta forma ao longo da minha adolescência e início da vida adulta, amadureci um senso estético que teoricamente me ´´disfarçaria`` daquele estereótipo de mulher preta favelada, que aprendi durante a infância, principalmente na TV, serem características que eu deveria me envergonhar,   esconder. Como meu cabelo crespo, e o pavor em ter nariz de ´´batata´´ e usar o pregador de roupa pra prender e afinar... Involuntariamente, absorvi o entendimento que ao assumir uma estética que foge do meu natural, me faria livre para transitar entre qualquer lugar sem ter minha origem  de favelada identificada.

Porém, entre o final da adolescência e início da vida adulta durante minha graduação em Design de Moda na Puc-RJ, onde fiz o curso com 100% de bolsa,  passei por 3 episódios de racismo em sala de aula. Assim compreendi que não importava o quanto eu estivesse disfarçada de não favelada, ou não negra ao alisar o cabelo por imposição e não por opção.  As pessoas que me cercam iriam sempre me lembrar de maneira positiva ou negativa quem eu sou, e o que represento. Foi aí que me dei conta que eu não iria conseguir ter autonomia de escolha para ocupar o lugar que eu quisesse no universo, me comportando como uma pessoa que eu não sou.

Assim comecei a me apropriar da realidade de ser eu. Fez-se necessário me conectar com minha história,  minha essência, pra valorizar todo dia o que a sociedade insiste em anular ou diminuir. Dessa angústia de me sentir calada, apagada todos os dias por conta da minha origem e da minha estética, nasce a pesquisa  Racismo é Estético que será apresentada na Universidades de Manchester através da  1st International Creative Image 2018 Residency Conference, de 21-27 de setembro ( link do site da recidência  https://bit.ly/2B7IiGN )

Fui selecionada para a Creative Image 2018 Residency, que é uma residência artística internacional com 15 pesquisadores e artistas visuais de todo mundo, que acontecerá em Leeds, e terá 2 dias de conferência com apresentação de nossos trabalhos de grupo e individual na Universidade de Manchester.

Essa viagem ganha status de sonho por ela acontecer através do meu trabalho, a pesquisa Racismo é Estético que surge da angústia cotidiana de uma mulher preta de favela ao querer trabalhar com moda e não achar referências e encontrar preconceito antes mesmo de entrar no mercado, na universidade. Link do primeiro trabalho de materialização dessa pesquisa Vale Longo  ( link do vídeo https://bit.ly/2OAv4UT  )

A pesquisa  Racismo é Estético se inicia  com a análise da representação do corpo negro através dos pinturas resultantes da Missão Artística Francesa liderada por Debret , que também retratam  e a ocupação da Zona Portuária da cidade do Rio de Janeiro através do Mercado de Escravos no século XIX . Também abordo os artifícios duvidosos da criação do racismo científico por Samuel Morton na primeira metade do século XIX, entre outro tópicos. E trago esse fenômeno atual de branqueamento brasileiro que é a novela das 21h da Rede Globo, ´´Segundo  Sol`` que tem sua trama toda passada na Bahia, o estado com 80% da população se autodeclarando negra, e na trama de 44 atores , apenas 4 são negros.

Compreendi que a minha história de vida, a forma que interpreto as situações do meu cotidiano,  e externo de modo verbal ou na construção estética, me tornam única! A minha origem não limita o que eu quero, ou o que posso ser,  mas interfere diretamente na maneira que me apresento em meu dia dia, minha linguagem pessoal e como designer e artista. Enxergar o contraste caótico social, econômico e cultural  como algo positivo no meu dia dia, foi o primeiro passo para começar a desenvolver minha linguagem, e questionar regras básicas que estão implícitas em nosso cotidiano.

Por isso além do tempo na residência, planejo ficar mais 3 semanas na Alemanha em uma imersão profissional e encontros acadêmicos em instituições de ensino que pretendo estudar em breve. Fiz uma planilha de custos descrevendo todos os gastos:

Meu sonho é que a  estética seja uma plataforma que incentiva a auto descoberta, e fortalece a propriedade que cada um tem de ser protagonista em sua própria história, independente das práticas de anulação do outro. Desejo como pesquisadora e designer, produzir imagens que proporcionam autonomia para que as pessoas simplesmente sejam, e me ajudando tornar essa viagem real o caminho para a concretização desse sonho se torna possível.

 

CONTATO 

Se quiser ajudar de outra forma, pode mandar um email 

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