Vinicius Assis no Mundial do Crossfit Games 2019

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Vaquinha criada em: 23/03/2018

Minha História

 

Desde pequeno, eu venho praticando esportes, pois eu tinha o sonho de ser jogador de futebol, assim como muitas crianças. Eu comecei muito novo jogando bola em uma escolinha de futebol perto da minha casa. Eu fui crescendo e se destacando no meio das outras crianças. Um pouco mais velho, eu comecei a jogar no Comercial do Barreiro, em Belo Horizonte, onde eu disputei alguns campeonatos maiores, como o campeonato Mineiro, Taça BH, Criança Esperança e entre outros. E isso tudo com apenas 11 e 12 anos de idade.

A procura de sonhos maiores, eu fui morar em Campos dos Goytacazes – RJ, com minha irmã e meu cunhado. Meu primeiro time foi o Rio Branco com 13 anos de idade, onde eu disputei alguns campeonatos. Depois, veio a minha primeira proposta para jogar em um time grande, o Vasco da Gama, mas como eu era muito novo, minha mãe não quis me deixar ir morar no Rio de Janeiro sozinho, e também por vários outros motivos, eu não pude aceitar a proposta e por isso eu continuei morando Campos.

Aos 15 anos de idade, eu comecei a jogar no time do Goytacaz. Depois de um tempo, eu recebi outro convite para ir morar em São Paulo, para jogar no time do Corinthians, mas pelos mesmos motivos citados, minha mãe não permitiu e eu não pude ir. Continuando morando ainda em Campos, eu joguei por mais dois anos no time do Goytacaz até o final de 2009, foi quando eu descobri que meu pai estava com câncer. Então, eu resolvi voltar para Belo Horizonte, onde eu pude ficar mais perto dele e da minha mãe, com o objetivo de dar suporte para eles, mas não financeiro, e sim de amor e afeto.

                Já em Belo Horizonte, eu até cheguei a fazer algumas peneiras, porém devido à doença do meu pai, o foco do meu objetivo mudou, pois minha cabeça girava em torno da situação que vivíamos em casa. A cada dia, meu pai piorava cada vez mais e já muito debilitado e precisando de ajuda, eu então desisti do meu sonho de ser jogador de futebol. Além disso, eu já estava com 17 anos de idade e sem nenhum clube fixo.

                Meu pai lutou contra o câncer durante um ano e meio, mas não conseguiu vencer essa batalha. Em 2011, eu perdi meu pai. A perda me abalou muito, pois eu não perdi somente meu pai, perdi meu melhor amigo, meu herói, meu espelho de homem, a pessoa que realmente me ensinou, a saber, o que é certo e errado e era a pessoa que mais me incentivava no mundo do futebol. Mesmo na sua doença, ele sempre me apoiava falando para não desistir do meu sonho, porque eu tinha talento para tudo que eu queria fazer.

Após seis meses do falecimento do meu pai, eu fui vítima de um acidente, onde eu fui atropelado por um senhor de 72 anos de idade que dirigia embriagado, o qual resultou na amputação da minha perna direita. A noite do acidente foi de muita agonia e sofrimento, pois eu não desmaiei depois do atropelamento. Eu consegui ver tudo que aconteceu e o que estava acontecendo ao meu redor, da chamada do resgate até a chegada ao hospital.

Ao amanhecer o dia, eu me deparei com a minha nova realidade, a qual não cabia mais o meu sonho de ser jogador e minha paixão pelo futebol. Meu único pensamento naquela hora era: “como seria minha vida dali para frente?”. Naquele momento, meu mundo tinha realmente desabado e acabado, onde nada poderia ficar pior. Mas depois da tempestade, sempre vem à calmaria. Foi então que eu respirei fundo e coloquei a cabeça no lugar e refleti: “Eu não posso ficar pensando que minha vida acabou. Eu sou novo, eu tenho força e a minha mãe não havia superado a morte do meu pai ainda, ele havia morrido apenas seis meses atrás, e ela não suportaria mais uma barra”. Então, eu comecei a mudar meus pensamentos, onde só pensava somente na minha melhora e em sair daquele hospital para ter minha vida de volta.

Depois de três meses de recuperação e sem poder fazer nada, onde eu ficava só deitado ou sentado, porque não podia colocar o coto para baixo, eu comecei a minha reabilitação e foi aonde eu percebi que eu estava tendo minha vida novamente.

Com o passar dos anos, eu comecei a procurar alguns esportes, os quais eu poderia me encontrar depois do acidente. Eu tentei várias coisas como: musculação, Muay thai, Box, Slackline, Vôlei sentado e Basquete de cadeiras de rodas. Porém, eu nunca me senti totalmente satisfeito praticando esses esportes, eu sentia que faltava alguma coisa, sei lá. Nenhum deles me satisfez por completo. Durante essas tentativas, eu dava um tempo, parava e não voltava.

                Em Maio de 2016, eu conheci o CROSSFIT e comecei a praticar na box CrossFit Campos. Já no início dos treinos, eu comecei a me identificar com a modalidade, pois é um esporte desafiador, dinâmico e viciante. Percebi que o CrossFit me preenchia por completo, coisa que os outros esportes que eu pratiquei não me satisfazia por completo. Pois bem, eu consegui preencher a lacuna deixada pelos outros esportes que pratiquei e hoje sou totalmente viciado no CrossFit, onde sinto a vontade de querer praticar cada vez mais, e hoje em dia eu não consigo ficar sem treinar, nem que seja para ir a box apenas para fazer uma mobilidade ou uns acessórios.

                Devido a minha dedicação às aulas, aos treinos extras e ajuda do meu principal incentivador, meu amigo e coach Thiago Moura, em 2017, eu consegui disputar três campeonatos. Onde em dois, eu consegui chegar ao topo mais alto do pódio, o 1ª lugar na categoria adaptado em pé. Um desses dois campeonatos foi o MONSTAR SERIES, o maior campeonato de CrossFit da América do Sul. Depois dessa conquista, eu pude dizer com toda certeza, que eu me senti realizado novamente no esporte, depois de seis anos do acidente, da perda do meu pai e do sonho de ser jogador ter sido interrompido.

                O esporte em si sempre me ajudou a lidar com o meu “problema”, sempre me levantando, me dando força e fazendo superar cada dia mais. E sempre me relembrando que a vida pode mudar o tempo todo, mas mesmo assim não podemos abaixar a cabeça e nem deixar que ela passe na sua frente sem você fazer nada ou se abalar por uma fatalidade qualquer que seja física ou psicológica.

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