
Olá meu nome é Talita. Sou casada com o Julian há 7 anos e tenho um filho de 2 aninhos e 4 meses.
Preciso voltar para o Brasil para fazer exames e tratamentos do meu filho. Desde da sua primeira convulsão, muitas duvidas surgiram e não obtive respostas medicas. Alguns dias atrás meu filho se convulsionou novamente desmaiando logo em seguida, mesmo reanimado, demorou um tempo para ele recuperar cem porcento sua conciencia e seus pés e suas mãos voltarem ao normal.
EMBAIXO vou deixar toda minha historia do motivo de não termos condições no momento para passagem.
O TEXTO É GRANDE, mas quis contar desde o começo, pois sei que muitos acham que quando vamos para fora, vivemos bem e com muito dinheiro, principalmente no japão, mas essa não é minha realidade.
Em 2017 eu e meu marido decidimos tentar uma vida melhor fora do Brasil e viemos para o Japão já que meu esposo é descendente.
Estávamos indo muito bem, mas em 2019 meu marido começou a sofrer bullying de um japonês do nosso setor, o que terminou em agressão da parte do Japonês. Mesmo com provas apenas meu marido foi removido do turno que trabalhávamos, nessa mesma época comecei a sentir mal e descobrimos que seriamos pais pela primeira vez. Mas o que era para ser um momento lindo, foi o começo do nossos pesadelos. Eu não pude ir trabalhar nos primeiros meses por estar com pressão baixa e tinha que ficar de repouso.
Meu marido começou a ir trabalhar sozinho, mas não conseguia mais dormir e estava chorando por tudo, eu achei que era porque ele estava sensível com aquela toda responsabilidade que havíamos de enfrentar agora que seriamos pais. Mas não era somente isso. Ele começou a não querer mais sair de casa, entrava em crises de choros constantes e seus braços tremiam até mesmo quando ele segurava um copo ou um prato. Ele estava com depressão. Uma depressão profunda aonde só queria viver em seu quarto escuro. Usamos nossa economias que tínhamos na época para começar um tratamento, afinal, tínhamos que estarmos bem para a chegada do nosso filho Haruki.
Meu marido continuou trabalhando e eu voltei a trabalhar logo depois dos 3 meses de gestação e nos mantivermos firmes, mas depois que minha bolsa estourou em maio de 2020, fui ter meu tão querido bebê… sofri tanto no meu parto pois o medico queria que ele nascesse de parto normal, quando viram que meu bebê estava sem oxigênio, fizeram uma cesária de emergencia e por conta do tempo que forçaram, meu filho ficou 2 dias em observação na incubadora, sem eu nem poder ter tocado ou visto. Logo após eu dormir e fiquei delirando por 2 dias no hospital com febre alta, mas no terceiro dia, me mantive forte e peguei meu filho pela primeira vez. Mas por conta das complicações do parto, a conta do hospital ultrapassou o valor que o governo Japonês ajuda, e não tínhamos dinheiro suficiente para quitar, mas graça a Deus, o dono que era o medico deixou quitar o restando depois do nosso salario.
Estávamos no fundo do poço depois disso, tínhamos as coisinhas do bebe que ganhamos de pessoas próximas, meu marido teve uma recaída visto tudo aquilo que supostamente ele havia criado! como ele estava afastado do emprego por estar tomando remedios fortes a empreiteira decidiu mandar ele embora, mesmo eles não podendo fazer isso, o cara da empreiteira foi até nossa casa dizer que se ele não assinasse o pedido de desligamento, ele ficaria sem salario mas que ele ainda assim, deveria pagar o convenio médico, e como não havíamos muito dinheiro, ele assinou achando que era a melhor saída no momento.
A partir dai estávamos em casa com um bebe RN, eu de licença maternidade e meu marido desempregado e com depressão. Os remedios que ele tomava deixava ele nervoso e com muito sono, mas mesmo assim ele se esforçava para cuidarmos do Haruki.
Nesse meio tempo, tivemos ajuda de pessoas que emprestaram dinheiro para nos mudarmos de apartamento e para ajudar nas contas de casa. Nos mudamos de cidade aonde meu esposo achava que poderia ajudar, já que um dos motivos de sua depressão foi por ter passado pelo que passou na empresa. Estávamos recomeçando nessa nova cidade, começamos a ir na igreja (nessa cidade tem bastante brasileiros então nos ajudaram com nosso espiritual)… Mas as dividas ainda existiam, meu marido não conseguia se manter firme o mês todo, sempre faltando alguns dias por conta do seu problema, porém não estava tão ruim como antes, ainda estávamos conseguindo pagar as contas pelo menos.
Em 2021 no mês de julho, meu filho adoeceu e teve sua primeira convulsão, levamos ao medicos e falaram que era gripe, mandando eu voltar para casa e quando amanhecesse, para estar levando ele ao pediatra que levávamos ele de costume. Fizemos isso, pegamos o remedio e fomos para casa, meu marido foi ao trabalho, e no final da tarde, meu filho se convulsionou novamente, liguei para o hospital e me disseram que se ele tivesse a terceira convulsão, ai sim, eu deveria levar ele lá, fora isso, não iriam me atender pois não era grave, ele só estava com gripe e febre e por isso ele estaria tendo convulsões. Fiz o possível e impossível para meu filho não ter febre, fiquei sem dormir, dando banhos, panos molhados etc. Meu marido voltou para casa e tentamos levar ele em outros lugares para fazer exames mais detalhados, mas sem sucesso! Mesmo preocupados, os dias foi passando e ele melhorou e não havia mais se convulsionado!
Também havia percebidos alguns comportamentos ¨diferentes¨ nele, como enfileirar as coisa, fazer movimentos repetitivos, como girar, mexer com as mãozinhas e ter muito apego com coisas finas como lapis, giz, pazinhas, palitos… tentei levar ele no neuro para exames, e sem sucesso, pedi ajuda na prefeitura, mas não podiam me ajudar pois ele era muito novinho para diagnosticar ele com algumas coisas.
Em Maio de 2022 eu consegui a tão esperada vaga na creche para meu filho e arrumei um emprego! Em agosto tive a primeira reunião da creche, aonde foi me dito os comportamentos que eu já havia falado, fora sua seletividade alimentar. Perguntei o que deveria ser feito, e ele disse que no momento nada. Que aqui no Japão somente como 3 aninhos que vão poder fazer alguma coisa por ele.
Comecei a me preocupar, pois minha irmã é da profissão e disse que eu deveria ter pelo menos ter conseguido alguma intervenção de algo para ajudar ele, mas não tive. Ela do brasil me passa dicas para eu ajudar ele na fala e outros aspectos. E nesse mês o que mas temia aconteceu!! desde do meio do mês de agosto meu filho estava com uma tosse sem parar, levei ele em varios medicos e troquei varias vezes de medicamentos, mas não melhorou.
ELE se convulsionou novamente com uma febre repentina no dia 11 as 6 da manhã! fui de ambulancia e chegando lá a medica disse que ele estava com uma gripe do verão que atinge a garganta dando pontinhos nela, na mão e nos pés. HARUKI estava com 41 DE FEBRE, sem medicar ele e nada, fez o mesmo processo de me mandar ir para o pediatra dele assim que abrisse pois la não tinham profissionais para fazerem NADA nesse dia! Fomos direto para lá e pegamos o remedios e nisso já era quase 9 da manhã, na volta para casa, quase perdi meu filho, ele se CONVULSSIONOU novamente dentro do carro, em seguida ele perdeu a conciencia sem responder nenhum estimulo. nisso meu marido que estava dirigindo na mesma hora ligou para ambulancia, Esperamos a ambulancia vir no estacionamento da prefeitura aonde pessoas que passavam nos ajudou reanimando meu pequeno HARUKI.
Dessa vez ele foi internado e ficamos 2 dias lá. Mas não fizeram Raio X e nenhum outro exame sem ser o de sangue. Eles nos deram alta quando sua febre abaixou, mas ainda havia tosse. Disse que tinha alguns virus que constou no sangue, mas não sabiam me dizer especificamente o que era.
No dia que fomos para casa, ele tossia ainda e estava com tonturas. Levamos no medico novamente e pedimos novos exames, a medica disse que não havia necessidade mas dessa vez eu falei que queria saber exatamente o que era, ela brava fez um novo exame, aonde contou 3 tipos de virus (Metapneumovírus humano (hMPV), Vírus sincicial respiratório, herpangina)… uma criança de 2 anos e 4 meses lutando conta 3 virus de uma vez, resultado, ele estava com bronquite também. Pedi um Raio x e novamente foi negado pois disseram que é perigoso fazer raio x em uma criança nova. Quando disse que no Brasil eles faziam, o medico disse que os medicos brasileiros são loucos que não sabem o perigo disso!
Felizmente, ele está estável agora, mas não quero mais passar por isso, aonde eu imploro por soluções para meu filho, e não sou ouvida! O que adianta eu me esforçar tanto trabalhado sendo que mais vivo em hospitais e sem soluções. Meu marido desde do começo do ano, está se trabalhando duro, esforçando e lutando contra a depressão, mas como não tenho carta de carro, muitas das vezes ele que corre com nosso filho para dar o suporte.
Não tive a oportunidade de tirar carta aqui no Japão por ser muito caro, e as economias que eram para ser desse tipo de gastos futuros, foi para a saude mental do meu esposo.
Ainda não conseguimos pagar as dívidas que temos com as pessoas que nos ajudaram anteriormente, e por isso não temos como juntar muito dinheiro para voltarmos para o Brasil. E agora, temos alguns casos em abertos do nosso filho que nos preocupa tanto. Por isso estou fazendo essa vaquinha, para que pelo menos eu e meu filho consiga voltarmos primeiro para eu fazer exames no filho e descobrir o que há de aberto em sua saúde.
Fiz o que pude para reerguer nossa familia, mas infelizmente essa ultima convulsão me deixou extremante fraca e impotente.
Então qualquer valor que poderem ajudar, para voltarmos, eu agradeceria.