Vocês não têm ideia da aflição em que estou a ponto de tornar pública minha situção. Estou desempregado há seis meses desde que o Jornal do Brasil decidiu encerrar sua versão impressa, demitindo cerca de 50 jornalistas. Cada um desses incríveis profissionais tem uma história a contar acerca desse drama. No meu caso específico, a empresa me devendo três meses e 1/3 de salários atrasados e até hoje não pagou a rescisão, o que me levou a recorrer à Justiça para fazer valer meus direitos e sabe-se lá quando receberei. Todos os dias pela manhã me dedico a procurar por oportunidades de trabalho, faço uso de meu respeitável networking, mas as tentativas de conseguir um novo trabalho não prosperam. Sem trabalho e renda fixa e confiável, estou fazendo freelancers esporádicos e pequenas tentativas de fazer dinheiro, mas a conta não fecha. Corro risco real de ver o apartamento que trabalhei a vida toda para comprar ir a leilão em função de dívidas de condomínio.
Preciso evitar essa penhora para poder vender o imóvel com calma e ir para um local mais barato e tentar seguir minha vida dentro da normalidade. Sem trabalho não consigo contribuir para os poucos anos que restam para me aposentar. Estou aqui, despido qualquer vaidade pessoal, para abrir minha vida. Esse dinheiro vai me ajudar a contornar o problema mas meu objetivo principal é trabalhar, voltar a ter uma vida normal. Os amigos mais próximos conhecem a situação. A falta de perspectivas imediatas me levou a esse gesto de criar a vaquinha e, quem sabe fazer uma roda de solidariedade girar para que possamos continuar acreditando na bondade do ser humano.