Pelo Léuzinho.

O Léu é um viralatinha velinho que completa 13 anos em junho. Ele ganhou um lar quentinho e cheio de amor ainda bebê, ou seja, ta há 13 anos me dando muito trabalho, já que sempre foi meio doentinho - ele tem dermatite atopica - e com frequência tinha que fazer longos tratamentos pra curar os problemas de pele, principalmente a otite crônica em ambas as orelhas. Mas faz 13 anos que ele me ensina como amar e me da muito mais amor do que eu poderia imaginar! Já com 8 anos ainda me aprontou de ter hérnia perineal bilateral, quando precisou da sua primeira cirur pra correção. Anos depois, em 2018, foi necessário fazer sua segunda cirur, dessa vez de ablação do conduto auditivo direito, já que mesmo sempre sendo tratado a danada voltava,  e sua qualidade de vida diminuia. Depois desse procedimento ele passou mais um tempo muito bem, porém no início do ano, com um início de otite voltando no ouvidinho esquerdo, e com todo o calor do verão, teve miiase la dentro do seu ouvido, o que causou um enorme desconforto, muita dor, e danos irreparáveis com necrose tecidual profunda. Não tinha como fugir da segunda ablação, e assim ele ficou surdinho de vez. Porém, não contávamos que o caso dele era pior do que o esperado. A infecção estava presente dentro da bula timpanica, o que só foi descoberto 20 dias depois dessa cirur, quando ele começou a ficar inapetente, prostrado e com dificuldade de locomoção - nem ir passear ele queria - e assim levei ele pro melhor hospital veterinário daqui e o qual tenho o orgulho de fazer parte da equipe. Na Pet Support ZN ele passou por consulta veterinária com a maravilhosa Bruna Grazzotini e no exame neurológico ja mostrava ausência de propriocepçao nos membros posteriores e reduzido no MTD, além de um febrão de 40,4°C e ataxia. Não teve como não internar. A ultrassonografia mostrou alterações em fígado, vesícula e bexiga, e demais alterações de senilidade, afinal ele ja é um senhorzinho. Já o exame de sangue mostrou trombocitopenia como principal alteração, além de leucocitose moderada, indicando alguma infecção. No dia seguinte ele piorou drasticamente. Não conseguia mais se levantar sozinho e não estava querendo comer. Saí direto do plantão pra visita-lo e ele não tinha forças nem pra abanar o rabinho ou levantar o rosto pra me ver.  Com muita insistência, comeu um franguinho no fim do dia. Com essa piora, e ainda fazendo picos de febre, a equipe de médicos veterinários, em contato direto com o neurocirurgiao Dani que o estava avaliando, concluíram que era imprescindível uma tomografia de crânio e coleta de liquor para ver se isso tudo era devido à infecção no seu ouvido esquerdo ou se teria outra coisa envolvida. Até aí a conta dele ja estava bem alta, contando com sua internação, exames e medicações recebidas, mas com a tomo e os exames do liquor ela já chegava a dois mil reais. Mesmo não sabendo bem como ia arcar com os custos, conseguimos uma hora na segunda-feira ainda pela manhã! Resultado da tomo confirmou infecção na bula timpanica mas mostrou também que não havia lise óssea, ou seja, a infecção estava limitada à essa região, não justificando seus sinais clínicos tão severos e agudos. Nossa próxima suspeita seria um hemoparasita. Babesia ou Erlichia, pois fechava com os sinais neurológicos, alterações sanguíneas e a poliartrite, que já não o deixava se mexer nem pra trocar de posição, e que também aconteceu de forma muito rápida. Decidimos fazer PCR pra confirmar essa suspeita, mas infelizmente o resultado foi negativo. Agora não sabemos o que ele tem. Não sabemos o que o tirou os movimentos,o que lhe provoca tanta dor e angústia. Infelizmente o Leuzinho não conseguiu resistir, mesmo com nossos esforços não fomos capazes de descobrir o que aconteceu com ele, porém ainda necessitamos de ajuda para quitar os tratamentos que foram prestados para ele, ainda estamos investigando o que aconteceu com o Leuzinho.