Dados da ONU afirmam que mulheres e meninas com deficiência são três vezes mais vulneráveis a abusos e violência doméstica. De acordo com dados reunidos por fontes oficiais, 68% das denúncias de violência a pessoas com deficiência se referem a mulheres, número que salta a 82% quando se fala em violência sexual. Além disso, pesquisa realizada em 2016 pela Rede Internacional de Mulheres com Deficiência – International Network of Women with Disabilities (INWWD), aponta que aproximadamente 40% das mulheres com algum tipo de deficiência já tenha sofrido violência doméstica no mundo.
No Brasil há 25.800.681 mulheres com deficiências, segundo dados do IBGE (2010), equivalente a 26,5% da população. Mas a violência contra mulheres com deficiência raramente aparece nas estatísticas porque nos Boletins de Ocorrência das delegacias não há um registro específico sobre a deficiência. Também é grande o número de mulheres que, vítimas de violência física, tornam-se pessoas com deficiência, como a própria Maria da Penha, cuja luta por justiça deflagrou a criação da Lei 11.340 que completou onze anos em agosto de 2017.
Atenta a isso, e seguindo as premissas de nosso trabalho, a equipe da ADEVIS-NH propõe-se a, através deste projeto, organizar espaço próprio para acolher, amparar, informar e reestruturar a vida social e afetiva das participantes, colaborando para a circulação do diálogo e da informação, favorecendo o auto-conhecimento e o surgimento de novas perspectivas, que podem ser estruturantes para as participantes.
Outrossim, reconhecemos que quem tem alguma deficiência e passa a reconhecer seu potencial e exercer seu papel social, deixa de enxergar-se como um empecilho à sociedade. Assim, independente de onde as mulheres estejam, almeja-se que possam, através das atividades propostas, ocupar papel ativo e exercer funções que causem impacto para si e para o meio onde vivem.