ANEMIA HEMOLÍTICA DA LINDA

A Linda nasceu em Belém. Acompanhamos as contracoes da mãe (Yoko), vimos ela comer a placenta e que ela era linda mesmo desde o primeiro segundo fora da mãe. Ela trouxe intensidade pra gente desde o primeiro dia de vida, ela era a única da ninhada. Ser o centro das atenções é o que era congênito.

A presença da Linda fez da gente uma família. Em Belém, nosso primeiro lar, ela cambaleou os primeiros passinhos e as primeiras destruições em massa de sapatos, cabos, paredes, portas e até mesmo os tacos do chão. Viemos para SP. Nossa primeira aventura, atravessamos 2881 km em dois dias, com duas cachorrinhas no banco de tras. Em SP ela virou uma adolescente, corria pela área pet, usava cachecol no frio e, naturalmente, rebelde que só ela, aprendeu a sair do apartamento, pegar o elevador e sair independente pelo prédio. Eu nunca vi um cachorro como ela.

Chegar em casa era uma odisséia, ela pulava e arranhava, e corria e me perseguia no banheiro, cozinha, sala, quarto e onde eu fosse. Na minha impaciência, ela era toda amor. Nas minhas crises de asma, ela era uma bolinha branca de amor deixando rastros de pelos em cada centímetro da minha roupa. Essa é a maior lição que ela me dá. Do momento que eu fecho a porta e ela está lá, ate quando eu retorno e ela está la também. A linda me ensina diariamente sobre amor. Em todo o tempo é amor que ela dá. No meu sofrimento e melancolia, ela tem amor também. Eu sou muito grata por tudo o que elas me permitem viver.

Hoje a Lindura está bem doente, perdendo hemácias por um mecanismo auto-imune e congênito que só manifestou agora (ela tem 1 ano e 9 meses). Se chama anemia hemolítica. É como se o próprio corpo dela estivesse des destruindo as células do sangue. Ela precisa de ajuda, está sem disposição, sem fome e ictérica (amarelada), ela precisa fazer transfusões sanguíneas e o custo é muito alto, não temos como arcar com as despesas. 

Ajude a vakinha da Linda, qualquer valor representa muito. Respire, Linda. Resista.