Ajude Florindo, ex-zagueiro do Sport Club Internacional

"Há quem diga que ele foi melhor do que Figueroa e Gamarra. Florindo, o Gigante de Ébano da zaga do Inter entre 1951 e 1959 enfrenta hoje um drama que não condiz com a sua história nos gramados. Aos 89 anos (completará 90 em 5 de outubro), o ex-zagueiro passa por dificuldades financeiras que o impedem até de seguir à risca o tratamento contra o Alzheimer. Hoje, por conta de dificuldades financeiras, usa remédios fora do receituário ideal e que proporcionem uma rotina menos atribulada.

Florindo morava na praia de Costa do Sol, no Litoral Norte, quando o Alzheimer se acentuou. Regina, que é cuidadora profissional, resolveu que era hora de vigiá-lo de forma ostensiva. Para acomodá-lo melhor, trocou o terreno numa área verde por um apartamento de aluguel social da prefeitura, na Cohab Cavalhada, zona sul da Capital. 

Só que havia algo além da doença. Segundo a filha, Florindo foi ludibriado e tirou empréstimos consignados para estranhos. A aposentadoria como funcionário da extinta Caixa Econômica Estadual vinha minguada por descontos em folha para quitar dívidas que batiam em torno de R$ 40 mil

— Até um carro ele tirou para alguém, que não sabemos quem é, já que ele perdeu a lucidez — conta a filha.

Uma dívida maior, de R$ 22 mil, foi quitada. Porém, resta outra, na casa de R$ 20 mil. Não fosse uma renegociação, hoje o ex-zagueiro estaria ganhando R$ 80 mensais. O banco topou fazer adiantamentos, o que garante uma renda em torno de R$ 1 mil. Como Regina dedica 24 horas do dia ao pai, não consegue trabalhar, o que aperta as finanças em casa. 

— Hoje, o medico com alguns genéricos, conseguidos com amigos. Essas medicações ajudam, mas estão longe de ser a ideal para o quadro dele — relata a filha do Gigante de Ébano, o zagueiro que foi ouro no Pan de 1956, estava no histórico Gre-Nal de 6 a 2 de inauguração do Olímpico e que, dizem os mais velhos, jogou mais do Gamarra e Figueroa." (texto de Leonardo Oliveira, jornalista do grupo RBS)