Em julho de 2016, os Kaingang da Terra Indígena Kanhgá ag Goj (Rio dos Índios) no município de Vicente Dutra, retomam uma parte do seu território ancestral. Nos 7 hectares da fazenda recuperada, os Kaingang projetam uma vida social buscando também retomar os saberes e conhecimentos dos seus antepassados.
Afastando-se dos projetos de desenvolvimento do agronegócio que destroem o meio ambiente e as comunidades tradicionais na região sul do país, os Kaingang da comunidade de Rio dos Índios planejam reflorestar seu território com a plantação da árvore sagrada fág (araucária), cujo fruto, o pinhão, é um dos mais prestigiados alimento dos Kaingang. O tronco da araucária é também utilizado durante o ritual do Kiki, um ritual em homenagem aos mortos que a comunidade planeja realizar novamente. Para a realização desse ritual, é preciso elaborar a bebida ancestral Kaingang o kiki-koi, a base de mel. É nesse sentido que os Kaingang de Rio dos Índios também precisam cuidar das abelhas que somente podem viver e dar mel num espaço livre de agrotóxicos. O mel utilizado pelos Kaingang antigamente era obtido das abelhas sem ferrão conhecidas como jataí. Além de produzir o mel, as abelhas nativas ajudam a polinizar e desenvolver todo o ecossistema. Porém o que se vê na região é a mortandade de milhões delas devido ao uso de agrotóxicos.
Outro desejo da comunidade é o plantio autossustentável de milho, feijão e erva mate orgânicos e livres de químicos. Segundo o cacique Luís Salvador a ideia é: “poder alimentar nossa comunidade, ter nossa autonomia alimentar e também quem sabe, de repente a gente consegue alimentar todo o município e melhorar a saúde não só dos povos indígenas mas também dos não indígenas.” Para montar esse plantio, os Kaingang precisam de sementes crioulas, de adubo orgânico, ferramentas e caixas para as abelhas. O projeto visa a construção de várias hortas comunitárias nas casas das 48 famílias que habitam a comunidade. O cacique já realizou uma horta, mas a ideia é dar essa possibilidade para todas as famílias da comunidade.
Os povos originários são os guardiões da floresta, apoiando esse projeto, você está também ajudando a proteger a natureza!
Orçamento:
- Caixas de abelhas apis - 10 caixas: 1350 r$
- Caixas de abelha jataí – 10 caixas: 400 r$
- sementes crioulas de milho – 80 caixas: 488 r$
- sementes crioulas de feijão – 120 caixas: 960 r$
- Muda de Erva Maté: 100 mudas: 1000 r$
- Muda de Jabuticaba: 100 mudas: 3500 r$
- Taxa de 6% da Vaquinha: 461.88 r$
TOTAL: 8160 r$
O que se oferece às pessoas que se propõem ajudar:
- A partir de 15 R$: Fotografia (escolha no álbum da vaquinha)
- A partir de 25 R$: fotografia + uma fanzine “História e Cultura Kaingang no Morro Santana”, feita em colaboração com lideranças Kaingangs em Porto Alegre;
- A partir de 60 R$: adesivo + fanzine + uma ecobag serigrafada com um tema de araucária;
- A partir de 150 R$: adesivo + fanzine + ecobag + o livro “Sonhar, curar, lutar: Colonialidade, Xamanismo e Cosmopolítica Kaingang no Rio Grande do Sul” (de Clémentine Maréchal).
- A partir de 400 R$: adesivo + fanzine + ecobag + livro + um cesto kaingang ou um arco personalizado, confeccionado pela comunidade de Rio dos Índios.