Em nome de Dolores

Maria Fernanda Virgínia da Rocha Macedo veio ao mundo em março de 1958, um ano e sete meses antes de a autora de A Noite do Meu Bem ser encontrada morta, aos 29 anos de idade, no apartamento em que vivia em Ipanema. Nascida de uma tragédia que vitimou, no mesmo dia, mas por motivos distintos, a mãe e o pai biológicos foi registrada por Dolores Duran e o marido, o ator Macedo Neto, no dia seguinte a seu nascimento prematuro, e criada com muito amor e alegria pela cantora e compositora durante o curto tempo que lhe restou de vida. Foi inspirada neste bebê, a quem deu nome de princesa e acolheu como se tivesse sido gerado em seu próprio ventre, que Dolores escreveu o emblemático verso “Eu quero paz de criança dormindo”, de uma de suas mais cultuadas canções.

Hoje, aos 61 anos de idade, diabética e hipertensa, Fernanda não tem paz. Passa por uma severa depressão, que ainda não teve como tratar. Sua filha, Isadora Macedo, auxiliar administrativa, está desempregada desde fevereiro de 2018. E uma dívida bancária contraída por um problema de saúde está engolindo há meses, e sistematicamente, a única fonte de renda que restou a ambas: os direitos autorais das canções de Dolores. Há tempos não é possível pagar o condomínio e, se a inadimplência persistir, o único imóvel que possuem pode ir a leilão. Começa a faltar dinheiro para o pagamento de serviços básicos, como luz e gás. Enquanto esta situação não for saneada, a dívida não para de crescer, como sabemos.

Que ninguém solte a mão de ninguém!