PROJETO DICIONÁRIO SUPER-8

PROJETO SUPER-8

A ideia desse livro surgiu há pelo menos cinco anos, aos poucos fui amadurecendo, trabalhando em alguns arquivos, cadastrando os filmes. Em 2013 tomei a decisão de transformar o projeto em realidade. Sabia que era um livro difícil, pesquisa complicada, assunto pouco comercial, mas nunca me importei com isso, todos meus livros foram assim, esse não seria diferente. Por essa época lancei um aviso no meu mailing sobre o livro, ao contrário dos anteriores, que foram feitos sob sigilo, este eu quis divulgar para todo mundo ainda na raiz. A recepção foi surpreendente, começaram a chegar informações de todo lado, antigos e novos realizadores me parabenizando pela iniciativa. Tudo foi me encorajando, e o projeto começou a tomar corpo. Convivi nesses três anos de trabalho com muito preconceito, ainda, com o Super-8, a relutância de aceitação até hoje com o questionamento se Super-8 realmente é cinema!!!. Caramba, ainda essa conversa? que começou no inicio dos anos 70 e foi tão combatida por Abrão Berman? Está mais que provado que o Super-8 é uma forma de manifestação artística das mais valiosas, já que nele, centenas de jovens apaixonados por cinema puderam viabilizar suas ideias e ver na tela o resultado de sua criatividade.

Bom, estamos em maio de 2016 e o livro está quase pronto: 5000 filmes cadastrados (não foram considerados filmes caseiros ou domésticos); 2500 realizadores e suas filmografias; 500 biografias. Vai ser um livro e tanto, com mais de 500 páginas. Tudo enriquecido por depoimentos de pessoas intimamente ligadas ao movimento em todo o Brasil, em regiões como Bahia, Brasília, Campinas, Ceará, Goiás, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Sergipe, etc. e etc.

Agora vem a parte mais difícil: viabilizar financeiramente o projeto. O custo estimado para produção de 1000 exemplares, considerando revisão ortográfica, paginação, editoração, gráfica, capa, etc. é de R$ 25.000,00. Procurei várias editoras, mas não houve interesse, por dois motivos já velhos conhecidos pra mim: 1- o livro não é comercial; 2- a crise econômica.

O único jeito que pensei para viabilizar o projeto foi através de cooperativa: ou seja, através de doações de pessoas interessadas, que curtem meu trabalho, que curtem o tema, conseguir arrecadar o valor para produzir o livro. Qual a melhor maneira de agradecer a quem colaborar? Dando um livro autografado como contrapartida para cada R$ 100,00 doados, embora o valor mínimo para doação seja de R$ 10,00. Exemplo: quem doar R$ 200,00 terá direito a dois livros, e assim por diante.

Meus amigos, confesso que faz 30 dias que estou pensando se deveria ou não fazer isso, mas fui encorajado pela minha família e por vários amigos que consultei. Afinal, acredito que a causa seja mais do que justa, pois esse livro não pode ficar apenas no meu computador, tem que ser levado ao conhecimento de todos.

Com ele, acho que consigo fechar a filmografia brasileira, somando esforços com meus outros dois dicionários: de curta, média e de longa metragem. Ao todo terão sido mais de 30 mil filmes brasileiros cadastrados com ficha técnica, elenco, resumo do argumento, curiosidades, participação em festivais, premiações, etc.

Espero sinceramente, ao final de 90 dias, ter conseguido atingir este, a meu ver, tão nobre objetivo.

Um abraço a todos

Antonio Leão da Silva Neto